
Relações Públicas, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas e Mestrando em Educação
Nossa linda pátria amada ainda terá que correr muito para alcançar bons índices no ranking da OCDE - Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico. Somos a nação com um dos piores desempenhos dentre os 65 países que participam da prova da OCDE, na qual são avaliados conhecimentos de leitura, ciências e matemática. Tal resultado é proveninente de uma série de fatores que são, em parte, negligenciados pela sociedade brasileira. Um deles é o descomprometimento com o formato do ensino praticado. Atualmente, grande parte do que se aprende perde validade em questão de menos de meia década. A função do sistema de educação é ENSINAR A APRENDER, ponto!. Mas, as instituições educacionais insistem em ensinar somente conteúdos prontos, com respostas prontas, com caminhos pré-determinados. Muito daquilo que se transmite ao discente não instiga o pensamento lógico, a prática do questionar, não desperta a consciência crítica e ávida por conhecimento. Um país como o nosso, com quase 195 milhões de habitantes, não deveria figurar em estatísticas tão deprimentes. Na Coréia do sul , com 49 milhões de habitantes (300% a menos), o grau de exigência de um futuro acadêmico é tão acentuada que, dos 600 mil alunos que prestaram vestibular, 120 mil optaram por estudar mais e tentar uma vaga numa universidade mais renomada., no próximo ano. Mas, a dedicação não se resume apenas ao acadêmico. A sociedade se mobiliza em massa para que seus estudantes prestem o vestibular com máxima tranquilidade. Lá, o processo é unificado, em meados de novembro. As igrejas e os templos ficam recheados de mães mergulhadas em orações em prol de uma gloriosa aprovação. A Bolsa de Valores retarda o começo da jornada de trabalho em pelo menos uma hora a fim de evitar congestionamentos no trânsito. O ápice da dedicação percebe-se na hora em que os atrasadinhos (lá também existem, rss) são escoltados por policiais até o destino. Ano passado, durante a prova oral de língua inglesa, até os aviões foram impedidos de decolar e aterrisar para evitar comprometimento da compreensão do idioma estrangeiro. Estas são algumas das "pequenas" diferenças que fazem da Coréia uma fábrica de gênios. Aqui a realidade é completamente diferente e o que vale é ser aprovado, seja onde for, estudar o mínimo possível, e sair com o canudo na mão sem muito esforço. É por isto que o diploma muitas vezes fica empoeirado na moldura da sala ou guardadinho numa gaveta da cômoda do quarto. Como disse uma professora muito sábia da época em que graduei: - Entrar aqui é fácil. Difícil, é sair daqui com conhecimento adquirido.