Por Heitor Jorge Lau
Relações Públicas, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas
Mestrando em Educação
Mestrando em Educação
PALAVRAS-CHAVE: Stakeholders; moral da parcialidade; moral do oportunismo; moral da parceria; moral da integridade.
A competitividade mercadológica, cada vez mais acentuada, obriga as empresas a considerarem os diferentes interesses dos stakeholders com enorme atenção. Isto porque eles possuem mais condições de fiscalizarem e cobrarem ações, produtos e serviços idôneos do que anos atrás. Mas este poder de mobilização pode estar ameaçado por um contexto gerado pelo mercado globalizado: a convergência de capital a partir da fusão de organizações. Isto acarreta uma espécie de imposição de preços no mercado, suprimindo ou criando óbices à livre concorrência. Conseqüentemente, ocasiona a diminuição da influência dos stakeholders. Daí surgem dois tipos de formadores de opinião: um com cacife e outro com pouco ou nenhum. Diante desta distinção o empresariado adota uma postura seletiva – usufrui conforme conveniência - denominada de moral da parcialidade. Trata-se de atitude considerada lícita, porém, falsa e destituída de pudor. Esta postura advém do compromisso dúbio entre interesse particular e a vantagem nas relações não-particularistas. A moral da parcialidade compõe outra moral: a moral da oportunidade, considerada prestativa e antiética. Prestativa porque prega e faz acreditar que as ações objetivam sempre o bem do próximo. Em contrapartida, antiética, uma vez que o fim justifica os meios – seja qual for. A moral que se contrapõe - as anteriormente citadas - é a moral da integridade. É rigorosa e decorrente da ética da convicção e da responsabilidade. Empresas que optam por ela podem ser consideradas idôneas. Há um tipo de moral empresarial que visa sempre beneficiar ambas as partes de qualquer compromisso: a moral da parceria, cujos benefícios são prospectados para médio e longo prazo. Neste emaranhado de normas empresariais o país é conduzido, ora por práticas antiéticas delineadas pelas morais oportunistas e da parcialidade, ora pela moral da parceria, modelada pela ética da responsabilidade.
As moral empresarial é um verdadeiro cipoal. Talvez, por esta razão, o empresariado transmita a idéia de total ignorância sobre as modalidades existentes e sua significação individual. Pelo exposto, algumas empresas parecem não ter adotado a moral da integridade como norma de conduta. Mas é oportuno ressaltar que por trás do cidadão pessoa-jurídica existe o cidadão pessoa-física. A postura adotada pelo primeiro é reflexo das atitudes do segundo.