Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas
As comunidades rurais vivem da terra. E terra, no Brasil, é o que não falta: 850 milhões de hectares configuram e delimitam as fronteiras do país. São, aproximadamente, oito milhões e meio de quilômetros quadrados. Se dividi-los entre todos os brasileiros, quase 194 milhões de habitantes, resultaria aproximadamente
Todavia,
apesar da vasta extensão territorial e da grande disponibilidade de terra, 14
milhões de cidadãos brasileiros passam fome! Então, eis a questão: se existe
terra além de suficiente, por que tantos brasileiros ainda passam fome?
Simples, porque as propriedades estão concentradas nas mãos de pouquíssimos
donos. Porque o governo incentiva mais a agricultura de exportação do que a
produção de alimentos para consumo da população. Porque grande parte dos
trabalhadores rurais são bóias-frias, sujeitando-se a trabalhar como diaristas,
nas épocas de plantio e de colheita, sem nenhuma garantia social, recebendo o
que o dono da terra, a bel prazer, quer pagar. Porque muitos trabalham como
meeiros e são enganados nas contas referentes à venda da produção.
Isso sem
contar aqueles que não possuem terra alguma. O Relatório sobre os Crimes do
Latifúndio, elaborado pela Comissão Pastoral da Terra (CPT), Rede Social de
Justiça e Direitos Humanos, Centro de Direitos Humanos Evandro Lins e Silva e
Instituto Carioca de Criminologia, informou que menos de 50 mil proprietários
rurais possuem áreas superiores a mil hectares, controlando 50% das terras
cadastradas. Cerca de 1% dos
proprietários rurais detêm em torno de 46% de todas as terras. Dos aproximadamente 400 milhões de hectares
titulados como propriedade privada, apenas
60 milhões de hectares são utilizados como lavoura. O restante das terras
estão ociosas ou subutilizadas. Segundo dados do Instituto de Colonização e
Reforma Agrária (INCRA), há cerca de 100
milhões de hectares de terras ociosas e cerca de 4,8 milhões de famílias
sem-terra no Brasil.
Atualmente,
as condições de vida no campo não são tão diferentes das condições de vida da
cidade quanto eram no passado. Os meios de comunicação levam ao campo valores e
costumes que antes eram da vida urbana. No entanto, o próprio trabalho na terra
e a forma pela qual o trabalhador está ligado a ela – proprietário, posseiro,
arrendatário, meeiro, bóia-fria, todos – estabelece diferenças em suas
condições de vida. O bóia-fria e o assalariado rural parecem ser os que
enfrentam condições mais precárias. Alimentação deficiente, casas de
pau-a-pique, sem condições mínimas de higiene e saúde, falta de qualquer
assistência médica e social, são comuns na vida desses trabalhadores.
Além das condições materiais
difíceis, as dificuldades também se manifestam em relação aos aspectos sociais
da vida rural, principalmente se levarmos em consideração as comunidades mais
afastadas. Estas comunidades, geralmente, enfrentam condições de isolamento
parcial ou total do resto do país, dificuldades de transporte, de comunicação
entre outras. Por outro lado, as relações em grande parte das comunidades
rurais, pelo fato de serem estabelecidas sempre entre as mesmas pessoas que se
conhecem e convivem, são relações pessoais e informais. Enfim, o governo
federal infla os peitos e alega uma melhora considerável na qualidade de vida
de todos os brasileiros. Será? Ou não sei fazer cálculo matemático ou tenho
observado o cenário de outro país subdesenvolvido. Mas uma coisa é certa: alguém
está, fundamentalmente, tentando enganar alguém ou querendo se enganar. Afinal,
os números não fecham e a realidade parece ser bem outra.
Brasil!!!!!