Hoje, durante aquele bate-papo rebelde entre amigos, conversávamos sobre o desperdício do dinheiro público no Brasil, no "País da Impunidade". Daí, lembrei do episódio Jornada nas Estrelas, mas não se trata da famosa série daquele Vulcano de orelhas pontudas, o Spok. Recordei a viagem ao espaço do primeiro astronauta brasileiro. Lembram? Pois é, não foi somente o emprego e o feijão nosso de cada dia que foi para o espaço. O dinheiro do contribuinte também. Quem não assistiu o astronauta brasileiro flutuando na estação espacial internacional? Enquanto todos aplaudiam a grande odisséia na via láctea, milhões de famintos babavam ao ver aquele pequeno grãozinho preto germinar num laboratório sideral. É uma pena que o governo federal não invista soma tão considerável nas lavouras do Brasil. Nada contra o herói flutuante, mas é notável como o congresso nacional sempre consegue verba para investimentos de prioridade zero ou melhor, gravidade zero. Diziam que a experiência traria grandes avanços tecnológicos à nossa agricultura. Algum terráqueo já percebeu como a sua vida mudou de lá para cá? Nãoooo? Talvez a intenção real da viagem era descobrir como mandar todo pobre para o espaço já que para o inferno não é possível, porque lá, a casa já está lotada de políticos corruptos.
segunda-feira, 18 de janeiro de 2010
sábado, 16 de janeiro de 2010
PROGRAMAÇÃO TRASH
Ao que tudo indica, assistir a programação da televisão está se tornando a melhor ou única opção de lazer e fonte de conhecimento do povo brasileiro, mesmo que topar com informação crível e entretenimento saudável esteja cada vez mais difícil. Aparentemente, o fenômeno é estimulado por um modelo cultural proveniente do arrocho econômico, afinal, quem dispõe de dinheiro no bolso para usufruir de uma vida socialmente ativa ou comprar um bom livro?
Cientes ou não dessa situação, o fato é que os dirigentes das emissoras disputam entre si de uma fatia cada vez mais preciosa da audiência, através de uma programação banalizada por excesso de baixaria e qualidade duvidosa. Mas, independentemente da programação ou contexto social, a verdade é que a televisão sempre exerceu grande atração e influência sobre as pessoas. A maior prova disto são as tendências da moda, do vestuário e do cabelo, por exemplo, que oscila conforme a novela em voga.
Esse fascínio que a TV provoca na mente do telespectador faz surtir certa confusão entre o real e o imaginário. Aquilo que se encontra distante, seja por questões financeiras, geográficas ou intelectuais, parece mais acessível. A sensação é a de que o penteado “super-transado” da novela das oito fica no saloon mais próximo ou que o corpo perfeito do comercial das nove está na academia que todos freqüentam. São aspirações alucinadas que deturpam o raciocínio dos mais desatentos.
Até mesmo nos telejornais é visível o uso desenfreado da dramatização por parte dos apresentadores, a partir da utilização de dueto diante das câmeras – enquanto um fala outro fica atento aos fatos, sempre com expressão sisuda. Esse artifício adotado praticamente por todas as emissoras, nada mais é do que a tentativa de tornar mais realista a narrativa dos acontecimentos.
E se a ordem do momento é ser realista, então, a interatividade não poderia permanecer de fora do cenário, afinal, o que torna mais real uma circunstância do que a interação. O profissional sentado diante das inúmeras câmeras do estúdio estimula e convida, literalmente, o telespectador atento a participar de uma promoção, melhor ainda, a proferir sua opinião a respeito de determinado tema, preferencialmente polêmico. Eis aí o ingrediente perfeito: o prestígio.
Se na sociedade tal consideração não é encontrada com tanta facilidade, por intermédio de uma conexão telefônica ela torna-se instantânea. Até mesmo o noticiário esportivo não encontra mais espaço para retransmitir todos os gols da rodada anterior, porque falta tempo para conciliar tanta participação dos desportistas com a quantidade de bolas na rede. Noticiário, esporte, reality-show, não importa, a questão é cativar a atenção de quem passa pela frente do televisor.
Mas como se não bastasse o fato do meio de comunicação exagerar, de forma deliberada ou inconsciente, e pior, inconseqüente, da tentativa frenética de imitar a realidade e do abuso da interação, a falta de moralidade, de ética e civilidade também estão presentes. Principalmente nos comerciais publicitários está evidente o esquecimento momentâneo da moral e dos bons costumes em detrimento de um humor rançoso que anestesia o senso crítico do consumidor.
Indubitavelmente, a televisão sempre ocupou lugar de destaque entre os demais meios de comunicação por ser naturalmente uma forma extraordinária de transmissão de cultura e conhecimento. Porém, o que falta são profissionais sérios, dotados de senso crítico e responsabilidade para ocuparem o lugar destes que hoje estão aí, utilizando o recurso da pior forma possível. Assim, eles desmoralizam e ridicularizam os conteúdos porque, infelizmente, ainda existem consumidores.
Resta saber se a programação vigente configura-se sem restrição, fiscalização e, conseqüentemente, com pouca qualidade em decorrência de uma vasta legião de telespectadores submissos ou, na pior das hipóteses, desinteressada. Alguma atitude deve ser adotada, caso contrário, todos ficarão a mercê de uma programação que além de influenciar e viciar tem o poder impressionante de atrofiar a massa cinzenta de grande parte da nação.
domingo, 10 de janeiro de 2010
Desabafo de um homem preservacionista.

Trabalho na zona urbana, mas há dois e meio optei por viver na zona rural. Na época, me parecia a forma mais fácil de fazer a minha parte com a questão preservacionista. Não estava confortável na posição de mais um parasita, consumindo os recursos do planeta e fazendo quase nada para preservar os recursos naturais, que pasmem, são esgotáveis.
Não posso dizer que consegui a paz de consciência desejada... O galo canta às cinco horas da manhã e, logo mais, a coruja anuncia mais uma noite que está por vir, mas as “COISAS” do cotidiano parecem que continuam as mesmas, ou melhor, as pessoas permanecem no seu estado de indiferença e estagnação. Pensam que a solução e o equilíbrio ambiental virão de alguma autoridade ou de Deus...
Por mais que eu queira me conformar com o modus operandis da sociedade atual com relação aos assuntos e acontecimentos da sociedade caótica do século XXI, não consigo apaziguar minha mente e adormeço todas às noites inquieto e preocupado por ver tão claramente que nossa civilização caminha para seu extermínio no planeta. Não entendo como alguns ainda planejam ter filhos...
Não quero o papel de profeta do apocalipse, mas os sinais são claros e podem ser analisados por qualquer mente crítica: chuvas torrenciais, frios extremos, ciclones inusitados. Nada disso, porém, parece afetar a consciência dos cidadãos globais de forma significativa. Continuamos na gana consumista como se os recursos fossem inesgotáveis! A maioria continua vivendo ou sobrevivendo como se o planeta não estivesse com seus dias contados. Aliás, é preciso me corrigir, o planeta já demonstrou que pode viver sem os humanos... a extinção então, refere-se a forma de vida humana da qual sou um dos representantes.
O descaso pela fauna e flora é o ápice da falta de prospecção lógica, intelectual e emocional de quase toda a totalidade da raça que se autodenomina humana. Caríssimos amigos e leitores deste blog, não se considerem inclusos nesta vala comum porque o simples fato de estarem navegando por estas paragens vocês já pertencem a outra “casta”... aquela que procura conhecimento, questionamento do status-quo, não fogem da controvérsia, opiniões diversas, gente insatisfeita... São estes que afinal, destoam da voz acomodada e, se não faz diferença signifigativa, ao menos incomoda aqueles que fingem não ver o que acontece.
Hoje, após bebericar alguns drinks e uma certa quantidade de cerveja, olhando a mata nativa que pago para preservar (tentando fazer a minha parte), encontro-me em estado de total revolta e repúdio pela falta de consideração e preocupação das criaturas que usufruem da vida (divina que Deus lhes deu), sem a mínima consideração pela nave mãe chamada Planeta Terra e seus habitantes das mais variadas espécies.
“Jesus me abane!” O único consolo que me resta é o fato de eu ter feito e continuar tentando fazer a diferença. Cuido da fauna e flora que me circundam, dentro das minhas atuais condições econômicas, preservo a pureza da natureza e das águas em 5 hectares. Local que amo e dedico tempo e cuidado aos seres que possuem vida... incondicionalmente... Procuro esclarecer e difundir práticas consevacionistas entre meus vizinhos (evitar queimadas, preservar a mata nativa, nascentes dos rios, plantar árvores frutíferas para as aves silvestres... ). Mas não vou negar, a ignorância, a limitação de inteligência de alguns me tiram do sério... não colho resultados fartos. Posso concluir, que somente consigo resultados proveitosos naqueles que em sua essência, já pressentiam e tinham sensibilidade de que precisam proteger a natureza que tão generosamente tem lhes mantido na terra.
Perdoem meu sentimentalismo, mas amo demais este planeta para não sofrer com estes acontecimentos.
Créditos da Imagem: fotógrafo Nick Brandt
Texto: Heitor Jorge Lau
quinta-feira, 7 de janeiro de 2010
QUANDO O REAL É SOBREPUJADO PELO IMAGINÁRIO
O imaginário humano possui a capacidade extraordinária de tornar determinadas ocorrências suscetíveis a exageros e distorções. Esse processo é típico do homem, ser capaz de adulterar, moldar e certificar deliberadamente certos aspectos do factual, de acordo com sua visão, interpretação, sensibilidade, emoção e conveniência.
Mas a pergunta é: como seria a vida sem o extraordinário? É impressionante como o incomum parece provocar grande fascínio nas pessoas, a ponto de influir no seu modo de agir e pensar, transformando o excepcional em mito, crença e em determinados contextos em “verdadeiro”. É importante perceber que, não raramente, a ficção procura, até mesmo, justificar ou explicar a realidade.
A página preliminar do livro Pensar o somático: imaginário e patologia, de Sami-Ali contém uma epígrafe de Ibn Arabi (1164-1240) que diz o seguinte: “Nada seríamos, não fosse a imaginação”. A mensagem intrínseca na oração é relevante. Afinal, desde os tempos bíblicos o imaginário, segundo registros preservados, é uma constante. O caráter e as proporções que determinados relatos da época alcançaram delineiam a fé cristã há milhares de anos, por exemplo.
Cabe ressaltar que, neste momento, não existe qualquer motivo ou tentativa de pôr em dúvida ou adentrar no mérito da veracidade dos fatos. A exemplificação elencada almeja suscitar no leitor a reflexão sobre a potencialidade do imaginário. Deseja evidenciar que certos fenômenos e manifestações podem permanecer legitimados e certificados por meses, anos, milênios.
Todavia existem criações, originárias da mesma fase citada anteriormente, que perderam sua validade por não encontrar mais respaldo em um contexto mais moderno, mais intelectivo. Criaturas mitológicas como o Minotauro, por exemplo, foram imaginários que obtiveram sua valorização, sua veneração e respeitabilidade pelo medo dos castigos impostos por uma eventual desconsideração. Mas o ser humano evolui e parte daquilo que foi pertinente um dia deixa de ser noutro.
O homem ao nascer, independentemente do período histórico, apesar de dotado da capacidade de raciocinar, primeiramente imagina. O primeiro contato com os objetos, sons, odores é assimilado pelos sensores físicos, mas a significação não possui lógica ou comparação com alguma experiência vivenciada, portanto, não passa de pura imaginação. Pois é justamente este imaginário que constitui os sentidos e molda a gênese do mundo de cada vivente.
Afinal, se o imaginário já faz parte do indivíduo desde sua concepção, por que não é aceito com naturalidade por algumas pessoas? Quiçá, simplesmente pelo fato de o termo comportar certa confusão semântica desde sua origem. Numa acepção mais simplista, é compreendido como desvario e ausência de honestidade, ou seja, qualquer criação oriunda do imaginário é encarada com incredulidade e suspeição. Se o racional tem status de verdadeiro, a imaginação é produto do inconsistente.
Teorias à parte, o fato é que todo ser humano possui uma essência imperscrutável e o imaginário lhe pertence. É nesse universo insondável, repleto de segredos, que os dados e as informações do mundo físico são reprocessadas sob uma nova roupagem, um novo significado, onde o lobo vira lobisomem, o morcego transforma-se em vampiro, e a mula-sem-cabeça, que além da ausência da caixa craniana, ainda serve de protagonista de histórias assustadoras.
Mas o imaginário não aflora somente em relatos e lendas espantosas. A arte, de forma geral, é inspirada, sim, pela capacidade imaginativa do poeta, do compositor, do pintor, do escritor. Nela são encontradas todas as maneiras imaginativas de traduzir o já manifesto e compreendido, descritas de forma a atiçar a mente e o coração do homem que, além de racional é também emocional.
Os exemplos anteriores denotam a presença do imaginário como fomentador da imaginação. Essa consideração parece sem nexo ou redundante, mas aquele que lê, assiste ou ouve, aprecia e constrói o seu imaginário pessoal de acordo com a sua interpretação e conveniência. Conclui-se, então, que não há como negar: o imaginoso sempre esteve e sempre fará parte do cotidiano do homem, mesmo porque essa capacidade lhe é conferida naturalmente.
Assim, após uma explanação, mesmo que deveras sucinta sobre o tema imaginário, foi possível observar que o mundo real coexiste com o irreal explícito e suscitado e, por que não afirmar, ainda, que os dois necessariamente dependem um do outro porque a reflexão, tão necessária na humanidade, é instigada pela controvérsia. E, o imaginário quase sempre desperta a curiosidade e provoca a polêmica, a discussão.
Também, os produtos da imaginação possuem sentidos conotativos, por isso estão sujeitos à discriminação como sendo oriundos dos insanos ou loroteiros. Segundo Malebranche (apud DURAND, 1998, p. 10), a imaginação “é suspeita de ser a amante do erro e da falsidade”. Aqui se percebe que a subjetividade não é interpretada no sentido literal da palavra. O subjetivo é particular e indeterminável, portanto, deveria ser isento de crítica ou comparação, entretanto, muitas vezes não é.
Outro detalhe, talvez o mais importante, é que o imaginário não é restrito àquele que é dotado de maior capacidade intelectual ou cultural. Logo, qualquer um pode construir, usufruir e disseminar uma idéia oriunda da imaginação. Por isso, o imaginário tem a potencialidade de difundir as representações coletivas do povo como é o caso das lendas e histórias populares.
O imaginário, enquanto propriedade própria do ser humano, se entretece com o real por meio da criação metafórica do mundo numa reciprocidade da qual só de modo paulatino e por meio de uma gradual compreensão podem desprender-se como termos distintos. Portanto, a verdade é que o imaginário se tornou parte integrante e indissociável da elaboração de qualquer discurso proferido pelo homem e do qual não pode prescindir.
Os Bons Frutos da Leitura
O Poder das Palavras
domingo, 3 de janeiro de 2010
Comunicação é tudo

HÁBITOS – UM MECANISMO NEURAL E PSICOLÓGICO COMPLEXO E DIFÍCIL DE MUDAR
HÁBITO – UM MECANISMO NEURAL COMPLEXO DE MUDAR by Heitor Jorge Lau É uma verdade quase inquestionável que, em algum moment...

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