quinta-feira, 20 de junho de 2013

A FAUNA ESTÁ FICANDO SEM OPÇÕES

Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas

Dia 14 de maio, 20h30, terça-feira: ao transitar pela RSC 153, por imediações do trevo de acesso a Santa Maria, direção sul-norte, uma bela visão não fosse o aspecto triste do evento: visualizo um Gato do Mato Pintado atravessando a rodovia, correndo em direção a zona urbana. Dia 10 de junho, 07h45, segunda-feira: transitando, mais uma vez pela RSC 153, por imediações da estação de abastecimento de energia elétrica, uma visão entristecedora: um Tatu-bola atropelado durante a tentativa de atravessar a rodovia em direção a zona urbana. Dia 11 de junho, 18h35, terça-feira: ao cruzar o semáforo do entroncamento perto da Corporação de Bombeiros do Distrito Industrial, uma cena impressionante: um Graxaim (muitos confundem com raposa) correndo em direção, outra vez, a zona urbana. Não fosse um hábito eu dirigir sempre em velocidade compatível com a segurança e tempo de reação o teria atropelado. Três momentos inéditos, surpreendentes e assustadores. Inéditos porque tais espécies são encontradas somente no seu habitat natural, longe da zona urbana. Surpreendente porque não se espera tal acontecimento. Assustador porque pairam algumas questões que não querem calar: o que estas espécies estão fazendo tão perto da cidade? O que está acontecendo no seu habitat natural? O que o ser humano está fazendo com a nossa natureza? As respostas, todos sabem! Mas é simplesmente triste e desalentador relatar três casos, em espaço de tempo tão diminuto, provenientes do abuso à natureza. A humanidade já catalogou, aproximadamente, 1,5 bilhões de organismos, mas não é tudo: calcula-se que o número total de espécies, na Terra, chegue a 10 bilhões ou até a 100 bilhões. Contudo, a cada ano, milhares de espécies são exterminadas em proporções que podem alcançar 30% do total dentro de três décadas, caso o ritmo atual de queimadas e desmatamentos continue como está. Isso é catastrófico, afinal as espécies são o resultado de milhões de anos de evolução no planeta, e com essa perda a biosfera vai ficando mais empobrecida em diversidade biológica, o que é perigoso para o sistema de vida como um todo. O fato de um recurso ser renovável ou reciclável não significa que ele possa ser depredado ou inutilizado deliberadamente. O mau uso ou descuido com a conservação provoca extinção. Como exemplo: a degradação ou destruição irreversível de solos e o consequente desaparecimento de uma vegetação rica e complexa e sua fauna. Mesmo o ar e a água, que são extremamente abundantes, existem em quantidades limitadas no planeta. A capacidade destes recursos de suportar ou absorver poluição sem afetar a existência da vida, evidentemente é finita. Dessa forma, mesmo os recursos ditos renováveis só podem ser utilizados em longo prazo por meio de métodos racionais, com uma preocupação estritamente conservacionista, ou seja, que evite os desperdícios e os abusos. O conservacionismo é necessário, todavia insuficiente. A industrialização e a dita vida moderna transformam e transfiguram drasticamente o meio ambiente. Tudo, absolutamente tudo, é constantemente modificado, destruído e extinto em nome do “progresso”. As memórias do passado, o ecossistema e a diversidade criada pela natureza são destruídas a cada dia. Definitivamente, para que as futuras gerações tenham uma idéia da riqueza do que foi produzido no planeta, ou na pior das hipóteses, para que ela mesma sobreviva, faz-se necessário uma mudança radical de conceitos e atitudes, em detrimento da ambição do lucro e da irracionalidade

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