quarta-feira, 26 de junho de 2013

QUEM DEFENDE CIDADANIA FAZ ATO POLÍTICO, SEMPRE!

Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas



Muitos especulam que os jovens manifestantes (dentre várias faixas etárias) são totalmente apolíticos, no sentido de que não se interessam por política. Discordo! Existe um verdadeiro abismo entre ser apolítico e ser contra a política exercida e seus executores. O manifesto possui endereço certo: uma grande fração de políticos que ocupa pomposa, tranqüila e incompetentemente as cadeiras do Congresso Nacional. É de causar náuseas as afirmações de surpresa e não entendimento de tanto “barulho”. Certo jornalista de renome nacional chegou ao disparate de declarar que os jovens que se encontram entre as multidões insatisfeitas não possuem causa definida para os clamores. E não possuem mesmo! Não se trata de uma causa ou de causas repletas de ideais. Trata-se de reivindicar por uma gama de direitos mínimos que o governo tem o dever de proporcionar da melhor forma possível, afinal, além da obrigatoriedade, o que não falta é dinheiro oriundo da imensa carga tributária. A governança pode até alegar falta de verba, mas este discurso também não cola mais, haja vista tantas evidências de péssima gestão dos recursos públicos. A obrigação de suprir demandas básicas sociais faz parte do exercício natural da política por aqueles que em primeira instância não foram eleitos pela sociedade, mas sim, desejaram e se empenharam para serem eleitos. Se as populações escolheram por obrigação um candidato, por outro lado os candidatos não se candidataram obrigados. Portanto, caros eleitos, façam o respectivo trabalho com dignidade, moral, ética e profissionalismo. Afinal, foi para isto que se colocaram a disposição do serviço público ou não foi? Tratar de política é cuidar das decisões sobre problemas de interesse da coletividade, e justamente por isso, política é a ciência do governo. Para ser político é mister ter sensibilidade técnica e profissional para conhecer a sociedade e as suas necessidades, a fim de encontrar um modo de conseguir a concordância de muitos e promover o bem comum. Um representante eleito pela sociedade precisa conjugar as ações humanas e técnicas, e orientá-las para uma direção que seja de conveniência de todos. Diante disto é inconcebível ou incompreensível como determinados personagens, hoje, estão de “posse” da titulação de deputados sem o mínimo do mínimo de preparo. O trabalho de harmonização das ações pode e deve ser realizado com plena liberdade, sem que alguém imponha alguma coisa. Por muitos motivos é preferível que o bom senso e a boa vontade de cada um criem condições para que uns colaborem com os outros e haja respeito recíproco, sem necessidade de uso da força. De qualquer modo, mesmo que as ações humanas sejam harmonizadas pacificamente e sem a necessidade de coerção, é preciso que tais ações sejam coordenadas e orientadas para um objetivo de interesse de todos. É preciso considerar que política tanto pode referir-se à vida de seres humanos integrados e organizados numa sociedade, onde são tomadas decisões sobre os assuntos de interesse comum, como pode referir-se ao estudo dessa organização e dessas decisões. Os “teóricos representantes da nação”, enfim, deveriam procurar atender as necessidades naturais de convivência dos seres humanos bem como todo o funcionamento e os objetivos de uma sociedade. O fato de existir a necessidade de viver em sociedade tem conseqüências muito sérias. Uma delas é que os problemas da cada pessoa devem ser resolvidos sem esquecer os interesses dos demais. Assim, não se pode admitir como regra que para sanar interesses particularistas de partidos, coligações ou representantes políticos, a sociedade deva sofrer prejuízos ou arcar com sacrifícios. Todo o indivíduo tem direito à proteção de sua liberdade, de sua integridade física e de outros bens que são necessários para que um cidadão não seja rebaixado de natureza humana. Portanto, igualmente incompreensível é assistir deputados vinculados a comissão de direitos humanos, concordarem que o homossexualismo é doença. À vista disto tudo, verifica-se que quando são afetados os interesses fundamentais de um indivíduo ou de um grupo social todo o conjunto da sociedade sofre conseqüências de alguma espécie. Por esse motivo pode-se afirmar que os problemas resultantes de tais situações são problemas políticos, pois afetam a convivência das pessoas e influem sobre a organização, o funcionamento e os objetivos da sociedade. É muito importante levar em conta essas conclusões, por vários motivos. Todavia, o principal erro que se encontra enraizado na atual política brasileira é tratar dos interesses partidários como se a ausência da prestação de contas à sociedade não trouxesse conseqüências para toda a coletividade. Enfim, é preciso ter consciência de que os problemas políticos são, inevitavelmente, problemas de todos os membros da sociedade. Por esse motivo, será errado obrigar um indivíduo a procurar sozinho a solução para seus problemas, quando estes afetam a convivência. E será igualmente errado permitir que qualquer partido ou político proceda como se vivesse sozinho, ignorando os interesses comuns.

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