quinta-feira, 20 de junho de 2013

O DESPERTAR DE UMA NAÇÃO

Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas


Vamos iniciar este texto lembrando um cartaz veiculado em rede televisa após as manifestações contra o aumento das passagens de ônibus (dentre outros motivos): “[...] o despertar de um gigante adormecido [...]” (*apenas parte da expressão transcrita). O Brasil não estava adormecido, o seu povo é que se manteve durante tempo demasiado, resiliente e crédulo de que o dia da recomposição do atual estado de degradação nacional chegaria. As manifestações impressionantes de indignação e repúdio ao rumo que o país tomou por intermédio de algumas “mãos políticas” refletem uma sociedade que não tolera mais a total falta de habilidade de grande parte dos governantes desta nação. A cada ano que passa sempre surge um novo partido, uma nova esperança, todavia, mais cedo ou mais tarde, acontece o que vem acontecendo faz tempo: alianças partidárias. Daí, não há competência, boas intenções ou ideologia que resista. Esta palavra, aliança partidária, atualmente, lembra mensalão, emendas sem necessidade, ministérios de utilidade duvidosa e diluição do dinheiro do contribuinte no saldo de dívidas pretéritas das agremiações aliadas. A grande prova de que o governo atual não possui capital intelectual suficiente para sanar o turbilhão de questões que a sociedade brasileira impõe, ancora no fato da governante máxima deste Brasil insatisfeito, ter recorrido ao maior marqueteiro político em atividade no país, poucos dias transcorridos desde o primeiro ato da população. Coincidentemente, um discurso complacente e condescendente foi proferido logo após as manifestações. A pergunta é: o que este personagem poderá contribuir diante de tantas reivindicações de ordem estritamente política/econômica? Nada! Não bastasse este cenário palpitante, surgem das profundezas da inexpressão, partidos políticos jogando mais lenha à fogueira, pronunciando aquele velho discurso oportunista e enfadonho que dita: este governo é péssimo, nós somos e temos a solução (mais uma vez). Sem considerar a pequena fração de cidadãos que aproveitaram a situação para saquear, queimar e depredar ou agir com violência, a grande fração merece toda a consideração e benevolência por parte do brasileiro consciente e cansado de pagar o “pato”. Sentido da palavra pato: taxas; impostos diretos; impostos indiretos; pouco investimento em educação; pouco investimento na saúde; pouco investimento no transporte público; pouco investimento nas vias de transporte e rodagem; e mais taxas e impostos. Essa grande massa de brasileiros tremula a bandeira do sem partido, do sem preconceito e da equidade. Não há como desprezar isto. Um movimento grandioso que representa o verdadeiro Brasil, um país multiculturalista, sem fronteiras raciais, sem preconceitos sexuais, sem fronteiras religiosas e sem barreiras socioeconômicas. A legião de insatisfeitos é infinitamente maior do que a insurgente da noite para o dia. Ela também é composta por gente que não pode, é impedida ou não consegue por alguma razão, enfileirar-se aos descontentes e cansados de aguardar por um novo Brasil. A política do Pão e Circo adotada neste país não possui mais sustentação, mesmo porque nem pão o governo distribui mais por falta de verba, ao contrário do circo, que aparentemente e para o qual, grana e atores não faltam. Caso a população retorne ao estado de dormência, que seja entremeado de lindos sonhos, ao contrário do pesadelo que vivenciou, vivencia e que deseja, desesperadamente, por um fim.

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