terça-feira, 11 de dezembro de 2012

A DECADÊNCIA DA MÚSICA POPULAR BRASILIERA


Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas

            Vamos começar citando alguns artistas de renome nacional e internacional, todinhos brasileiros: Elis Regina, Tom Jobim, Renato Russo, Cazuza, dentre outros “gigantes” (que me desculpem por não citá-los) que marcaram presença expoente neste solo verde-amarelo. Houve um tempo no qual ouvir música era algo prazeroso, encantador, afinal, eram verdadeiras obras primas. Claro, existiram algumas que não poderiam ser classificadas como sendo tão boas, mas cá entre nós, sempre existiram as medianas, o que era considerado normal. Agora, o que não é normal é esse triste e enfadonho episódio do atual rumo que tomou a música nacional.

            A realidade é nua e crua, a música popular brasileira está em franca e vertiginosa decadência. A MPB, obviamente, passou por altos e baixos, mas a queda de braços está pendendo forte e rigidamente para o lado do baixo. Sem querer ser saudosista, a MPB da década 50-60 acena bons momentos – bossa nova, tropicalismo e gênese do rock brasileiro. Já, na década de 70, herdeiros da década anterior como Chico Buarque, Rita Lee, Raul Seixas honraram um longo período de “vacas magras”. Nos anos 80 um renascimento insurgido através das rádios FMs, Festivais de MPB, e até mesmo o ressurgimento do rock nacional colocaram em cena nomes como Eduardo Dusek, Beto Guedes, conjuntamente com os roqueiros Titãs, Legião, Engenheiros, Lulu Santos, 14 Bis, Ultraje a Rigor, e outros.

            Mas, foi então, no final da década de 90 que tudo começou a desmoronar com o nascimento do fricote, sertaneja, funk brega e demais deformações do gênero, tudo com grande dosagem de falta de criatividade, senso crítico e efervescência musical. A MPB, a partir de então, entrou na fase negra de sua existência, com letras infinitamente minúsculas, cujo período de miséria parece não ter desfecho.

            O Funk, o Forró Universitário e o Sertanejo Universitário entre outras “coisas” não menos rançosas, tornaram-se o principal ritmo das festas (ruas da cidade e até mesmo toque de celular – isto sim, é o ápice da decadência). Este repertório variado composto dos piores ingredientes possíveis é forjado por uma falta de criatividade que chega a beira do patético. Os artistas (aliás, palavra que representa uma pessoa que demonstra sensibilidade e gosto por arte – que não é o caso) que resmungam e “vomitam” letras desprovidas de qualquer sentido inteligente, possuem um selo digno de uma fábrica de montagem em série. São todos idênticos, como um copo de plástico branco descartável. Muda o tamanho, mas não muda a forma, ou seja, todos iguais. Assim como a letra e o ritmo das composições que são de nível e criatividade baixíssima e duvidosa. Tudo tão parecido que a coreografia de palco torna-se a mesma porque é difícil tentar diferenciar algo que é igualmente horroroso.

            Estas “bandas e artistas” não passam de fantoches descartáveis. Prova disto é que no exato momento em que qualquer um deles deixar de existir (pena não acontecer isso com todos), ninguém, absolutamente ninguém sente falta ou saudades. Existem casos no Forró Universitário (denominado no nordeste do país de “Fuleragem Music”) no qual permanecem os músicos, troca-se o nome da banda, e substituem-se somente os cantores quando a banda deixa de existir. Impressionante não?

            Mas toda esta parafernália irritante e sem gosto ainda encontrará espaço entre o povo terráqueo por um motivo concreto: porque existem “empresários” que insistem em fincar pé com a fórmula que rende muita grana. A indústria cultural é protagonista pelo atual estado miserável da música popular brasileira. O interesse pela ampliação exponencial do mercado consumidor, algo natural na produção capitalista e que faz parte, por conseguinte, da produção cultural nesta sociedade, produz a necessidade de uma cultura descartável.

            Esta cultura descartável é delineada por ciclos de renovação periódica de produtos, pois ela permite a reprodução em larga escala do consumo. Caso um determinado estilo musical permaneça por muito tempo, então o consumo também se vê sem grandes crescimentos, pois quem compra um CD de rock de determinada banda, poderá continuar ouvindo por muito tempo. Porém, se a cada cinco anos surge um novo modismo musical, então o consumo se expande em proporção considerável. Assim, a transformação da MPB em cultura descartável apenas mostra que a lógica do lucro domina tudo, inclusive a produção cultural, e isto mostra a razão de seu progressivo empobrecimento.

            Pelo andar da carroça, todos nós corremos o risco de sentir náuseas causadas por esta avalanche de ritmos insossos por muito tempo, pelo menos enquanto existirem fãs de plantão. Contudo, existe uma luz no fim do túnel: sempre que ocorre efervescência social e mudanças históricas, a música também ganha fôlego. Assim, mesmo contra a vontade e interesses dos donos da indústria cultural, a lógica do lucro não escapa da obrigação de divulgar tudo que é contrário aos seus interesses. Portanto, aleluia, da contradição pode surgir o novo. Resta torcer para que o novo assuma o seu lugar com criatividade.


sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

COMUNHÃO DA FAUNA & FLORA

Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Pública


Olá!


 Fauna e flora em perfeita comunhão... quem dera se todo o ser humano também vivesse em harmonia.


SUÍÇA GAÚCHA

Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Pública

Olá!


Lembre de uma paisagem branquinha de neve nos alpes suíços... lembrou?
Pois bem, não precisei ir com o pensamento até lá... aqui, ao ladinho de casa, tudo isso acontece!




MÃE NATUREZA

Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Pública

Olá!


Para não falarem que apenas faço postagens de "xingamentos" e reclamações, excepcionalmente hoje, decidi postar algumas imagems que captei de nossa bela e sagrada mãe natureza. Curtam!


única entre a mata
o sinal da bonança
a chegada da tempestade no horizonte
uma imagem divina
nuvens rastejantes
o contraste do entardecer
o anúncio do poder

Momentos tornam-se realmente inesquecíveis quando são plenamente vividos! Heitor Jorge

segunda-feira, 19 de novembro de 2012

LEIS DE TRÂNSITO QUE NÃO FAZEM MAIS A DIFERENÇA



Heitor Jorge Lau
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas


            Este texto, caro leitor, tem por objetivo suscitar alguns aspectos do trânsito de Santa Cruz do Sul, deveras, indignantes. Por isso, peço desculpas se foram citadas algumas leis desatualizadas ou incompletas, afinal, este não é o foco principal.

            Interessante que o Contran firmou uma resolução - de modo geral - para todo o país, regendo o uso correto e seguro da película automotiva. A saber: Resolução nº. 254, de 26 de outubro de 2007, do Ministério da Justiça e do Conselho Nacional de Trânsito. A resolução estipula um índice mínimo de transmissão luminosa para o conjunto vidro versus película, ou seja, o vidro com a película já aplicada do carro: 28% vidro traseiro; 28% vidros laterais traseiros; 70% vidros laterais dianteiros; 75% pára-brisas. O uso incorreto da graduação de escurecimento rende uma saudável multa grave de cinco pontos na carteira. Mas, leis de trânsito, para que?

            Bem, não vamos esquecer os carros rebaixados. Uma resolução do Denatran - Departamento Nacional de Trânsito, de 2008, permite a troca do sistema de suspensão do automóvel desde que o proprietário comunique o Detran - Departamento Estadual de Trânsito, com antecedência e faça a homologação em centros credenciados pelo órgão. Os apaixonados por carros "socados no chão" abrem mão do conforto optando pelo corte de parte das molas ou a instalação de suspensões de rosca, que permitem regular a altura do veículo. Entretanto, essas opções não estão de acordo com as regras do Denatran e são proibidas. Mas, leis de trânsito, para que?

            Também, a emissão irregular de ruídos e sons passou a ser um dos principais problemas dos centros urbanos, em especial os ruídos originados por aparelhagem de som automotivo. Vários estudos demonstram que a emissão de ruídos provoca malefícios à saúde humana, causando distúrbios físicos e mentais. Ainda: a própria emissão abusiva de sons ocasiona perturbação à segurança viária, ao sossego público e ofende o meio ambiente, afetando o interesse coletivo e difuso de um trânsito seguro e da qualidade de vida.

            Dependendo da intensidade, os sons ou ruídos podem causar desatenção e perturbação aos sinais sonoros de trânsito (ordens dos agentes de trânsito; dispositivos de alarme de veículos de emergência e segurança – art. 29 VI; sinais de advertência de outros veículos – art. 41), bem como provocar o estresse, distúrbios físicos, mentais e psicológicos, insônia e os conhecidos problemas auditivos - perda da capacidade auditiva mínima até a surdez, com reflexos diretos nas relações viárias e humanas.

            Diversas normas tratam do uso regular e da quantidade de ruídos e sons para a convivência saudável do ambiente, sendo ele emitido no trânsito (art. 1º, § 1º, do Código de Trânsito Brasileiro) ou não, advindo esta proteção desde a Constituição Federal (art. 225 c/c art. 1º, §5º do CTB) até leis Municipais específicas. Entretanto, mesmo com todos estes malefícios da emissão irregular de ruídos e com vasta legislação (Art. 228. Usar no veículo equipamento com som em volume ou freqüência que não sejam autorizados pelo CONTRAN - Infração – grave; Penalidade - multa; Medida administrativa - retenção do veículo para regularização) para o combate destas condutas, percebe-se um notório aumento de pessoas utilizando seus veículos com instrumentos ou aparelhagem de som desrespeitando os níveis máximos de ruídos e ocasionando, no mínimo, prejuízo à segurança viária e, na maioria das vezes, desconforto, indignação e descrédito no cumprimento da legislação. Mas, leis de trânsito, para que?

            E, apesar do Código de Trânsito punir quem usa o celular enquanto dirige, esta prática, que tira a atenção do motorista, ainda é comum. Tragédias refletem conduta de risco ao volante. Por exemplo: o acidente de carro que vitimou a norte-americana Taylor Sauer, de 18 anos, que postava mensagens no Facebook pelo seu celular enquanto dirigia, chamou a atenção do mundo.

            Sauer (até o momento uma cidadã “comum” como qualquer outra) estava dirigindo a quase 130 km/h quando bateu de frente com a traseira de um caminhão-tanque em uma rodovia interestadual que liga Utah e Idaho, nos Estados Unidos. O caminhão estava andando a menos de 25 km/h em uma subida. A jovem morreu na hora, de acordo com a reportagem do "Today Show", da NBC.

             Ela, instantes antes de bater seu automóvel na traseira do caminhão-tanque postou: “Não posso discutir isto agora. Dirigir e falar no Facebook não é seguro! Haha”. O caso aconteceu no dia 14 de janeiro, mas somente nos últimos dias foi divulgado pela família da vítima.

            O Código de Trânsito Brasileiro (CTB) proíbe o uso do celular enquanto o condutor dirige. A multa para quem for pego infringindo a legislação é de R$ 85,13 (somente) e, por ser uma infração média, rende ainda quatro pontos na carteira. Mas, leis de trânsito, para que?

            Há quem responsabilize o aumento exponencial da frota de veículos e a engenharia que articula o vai e vem nas ruas da cidade pelo caos existente no trânsito de Santa Cruz do Sul (em determinados horários). Mas é concebível depositar parcela desta culpa em outros aspectos: carros rebaixados fora da lei; películas automotivas fora da lei; som automotivo com altura excessiva; e celular na direção.

            O pior desta barbaridade exposta acima é perceber que existe a necessidade de leis e punição para aquilo que deveria estar racional e naturalmente sob controle.  Pelo visto, não haverá lei ou contingente de profissionais da BM que faça alguma diferença.

quarta-feira, 25 de abril de 2012

A FALTA DE LIMITES COMEÇA NO "BERÇO"

Olá!

A falta de limites está passando dos limites!

Redundância ou não, a verdade é que esta afirmação serve para manifestar a intensa e galopante falta de imposição de limites a tudo que vai de encontro aos bons costumes e regras de convivência. Mas este estranho fenômeno que aos poucos se aglutina ao que restou da consideração pelo próximo, possui sua gênese (creio) na geração, imediatamente, pós-fraldas. Crianças necessitam de orientação rígida e pautada pelo exemplo dos pais ou de alguém que exerça forte influência sobre elas. Na carência de um ou de outro a situação fica, simplesmente, complicada. Como esperar de um pré-adolescente, adolescente, posteriormente, de um adulto, características e valores que sustentem relações interpessoais dignas. A ciência comprova que o ser humano, enquanto na categoria de criança, "absorve", mesmo que sob intenso protesto, as limitações necessárias para o seu desenvolvimento integral. Esta especificidade do humano, podendo até mesmo ser percebida como empatia, não pode ser negligenciada porque, tanto exemplos positivos como negativos, serão incorporados em menor ou maior dosagem, variando conforme a faixa etária.

Então, porque correr o risco de ter que desentortar uma árvore se podemos cuidar para que ela creça com retidão?

Dar limites é:
  • Ensinar que os direitos são iguais para todos;
  • Ensinar que existem OUTRAS pessoas no mundo;
  • Fazer a criança compreender que seus direitos acabam onde começam os direitos dos outros;
  • Dizer “sim” sempre que possível e “não” sempre que necessário;
  • Mostrar que muitas coisas podem ser feitas e outras não podem ser feitas;
  • Fazer a criança ver o mundo com uma conotação social (conviver) e não apenas psicológica (o meu desejo e o meu prazer são as únicas coisas que contam);
  • Ensinar a tolerar pequenas frustrações no presente para que, no futuro, os problemas da vida possam ser superados com equilíbrio e maturidade;
  • Desenvolver a capacidade de adiar satisfação;
  • Saber discernir entre o que é uma necessidade dos filhos e o que é apenas um desejo;
  • Dar o EXEMPLO !

Por Heitor Jorge Lau
Tutor da Disciplina Processos Gerenciais da Uninter Pólo Santa Cruz do Sul
Empresário e Mestrando em Educação
Pós-Graduado em Gestão de Recursos Humanos
Bacharel em Comunicação Social – Relações Públicas

sexta-feira, 23 de março de 2012

INTERNET: ALIADA ou VILÃ DAS RELAÇÕES INTERPESSOAIS?






Por Heitor Jorge Lau

Relações Públicas
Pós-Graduado em Gestão de Pessoas
Mestrando em Educação


Para que se possa formar uma opinião mais próxima do ideal, navegar por diversos oceanos do saber sob uma ótica mais holística é preciso.

Portanto, algumas considerações em forma de tópicos antes das considerações finais:


* Pesquisas fragmentadas

Existem muitas pesquisas apontando a predominância de aspectos negativos do uso da internet, contudo, nenhuma delas analisou todas as suas formas de utilização simultaneamente e muito menos de forma empírica. As relações virtuais acontecem em diversos cenários e contextos, portanto, afirmar que as relações, de modo geral, se deterioram a partir do contato virtual, significa opinar sob a ótica da generalização e especulação.

* Impulsividade, depressão e desvios de conduta

Os desvios de conduta vinculados as dificuldades do controle de determinados impulsos podem sofrer um aumento gradual através do uso excessivo da Internet, pelo simples fato de coexistir a possibilidade de satisfação instantânea destes mesmos impulsos. Isto proporciona isenção de qualquer tentativa de solucionar problemas de impulsividade. A saciedade é virtual e utópica, mas geradora de expectativas gradativamente mais acentuadas. A Internet não ocasiona a depressão ou qualquer outro tipo de desvio, todavia, são os indivíduos depressivos e/ou com algum tipo de desvio emocional que recorrem na maioria das vezes, à Internet de forma compulsiva e dependente.

* Invasão de privacidade

A invasão de privacidade está longe de ser tipicamente configurada por um enxerido adentrando nos limitrofes-privados-físicos. O acesso pela internet, principalmente pelas redes sociais também possibilita a intromissão, com a diferença de ser virtual. Incialmente o ato de intrometer pode permanecer nos horizontes do virtual, mas, estudos e estatísticas (sérias) comprovam que danos físicos e emocionais podem migrar para o real por intermédio do assédio cibernético. A pedofilia está dentre os riscos mais sérios e presentes nas redes. Crianças, pré-adolescentes, adolescentes estão a mercê de pessoas com desvios patológicos seríssimos. É notório o fato de que os "pequenos internautas" navegam sob o prisma da privacidade de espaço, seja no âmbito familiar ou em alguma lan. Em ambos os casos, o olhar dos responsáveis passa muito longe dos acontecimentos. A questão levanta uma reflexão a ser feita: cabe aos pais policiarem seus filhos a ponto de compartilharem toda espécie de contato virtual ou sua responsabilidade resume-se em apenas orientar? Talvez, ambos os casos. Acreditamos que as relações familiares devam ser muito bem constituídas e mantidas porque assim os filhos saberão que sempre poderão contar com o apoio da família, seja qual for a circunstância.

* Relações conjugais

Especialistas matrimoniais afirmam que ocorreu um aumento exponencial de dissoluções matrimoniais devido ao estabelecimento de casos “extraconjugais cibernéticos”. Resta refletir se o rompimento das relações ocorreu por motivos ligados ao ciberespaço ou se a relação de cumplicidade e autenticidade do casal (ideal para a sustentabilidade da relação) não possuía bases suficientes para manter o matrimônio.

* Laços afetivos

Os laços delineados e concretizados a partir do ciberespaço referem-se tão somente a uma comunhão de interesses ou preferências, porém, não preenchem verdadeiramente, carências do ponto de vista emocional, se comparados com os laços concretos constituídos pelas relações sociais (físicas) familiares. Contudo, cabe a cada crítico avaliar a sua concepção do verdadeiro sentido conotativo da palavra “proximidade”. Estar próximo de alguém não significa estar presente fisicamente, face-a-face, pelo contrário, proximidade é proveniente de estados emocionais sutis e profundos com relação a outrem.

* Aspectos positivos das interações

Ao que concerne ao caráter do anonimato das relações constituídas na Internet, todo internauta poderá experimentar incontáveis novas formas de ser, pertencer e de estar (relação estar para o mundo assim como mundo está para mim), através da incorporação de novas identidades, com a nítida vantagem de não haver fronteiras concernentes a custos sociais ou espaciais para tal. Sempre existiram verdadeiros abismos interpostos às tentativas de relacionamento entre classes desniveladas pelo caráter socioeconômico e geográfico. A Internet propicia o fim das determinações preconceituosas e pré-definidas.

A respeito dos usos saudáveis ou patológicos da internet, existe uma frase que sintetiza o assunto: "Não importa que a aventura seja louca, desde que o aventureiro seja lúcido". Para avaliar se o uso da internet é benéfico ou prejudicial, é necessário saber mais sobre o contexto do internauta em questão. Este tipo de investigação tende a ser mais relevante do que julgar isoladamente o tempo em que ele fica conectado. É importante ressaltar, que o uso habitual e contínuo da Internet não é, necessariamente, danoso. Ele pode ser até saudável. Inclusive, há vários elementos sociais positivos facilitados pela Internet, como por exemplo, o estabelecimento de novas relações entre pessoas, o encontro romântico de pessoas com afinidades entre si e a possibilidade de se estabelecerem relações interpessoais à distância. A dificuldade maior no diagnóstico do uso compulsivo da Internet diz respeito aos limites entre o uso inócuo e sadio e o aparecimento de conseqüências danosas advindas dessa atividade exercida em excesso.

É recomendável lembrar que as preocupações em relação ao uso da Internet devem ter a mesma relevância que o uso excessivo de qualquer outra tecnologia, a qualquer outro dispositivo eletrônico, tais como a televisão, o celular, videojogos e outros que prejudiquem o convívio familiar ou outras atividades presenciais. E por fim, não há dúvidas de que a Internet trouxe consigo numerosos benefícios para a sociedade, na medida em que melhorou e facilitou a comunicação e obtenção de informação. Entretanto, esse desenvolvimento não está isento de riscos e aspectos negativos, entre eles o risco de compulsão em pessoas que independente da internet, são vulneráveis à compulsão.

* Consideração final

Não deveria existir uma visão simplista do estar on-line ou off-line, ser real ou virtual, porque afinal das contas, seria de extrema ingenuidade considerar que somente as relações “off-line” é que podem, verdadeiramente, ser admitidas como amizades “reais”. O uso do ciberespaço é fato, e ninguém pode ignorar que os avanços da humanidade não procedem a passos para a retaguarda. O desafio do ser humano está justamente em aliar os progressos tecnológicos, sejam eles eletrônicos ou não, ao seu cotidiano de forma consciente, benéfica e vantajosa.

Respondendo a questão: - a internet trouxe benefícios às relações sociais? Sim! Aqueles que já mantinham a prática do contato pessoal agregaram mais um aliado aos processos comunicacionais; e para quem tinha dificuldades ou não possuía tal hábito, eis uma forma de diluir medos e recalques. Porque, se a Internet inexistisse, sem sombras de dúvida, o ser humano encontraria outro repositório (culpado) para o seu repertório de ansiedades, depressões e carências. Afinal, isto é típico do ser humano.

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

UMA HISTÓRIA NADA “ENGRAXADA”









Por Heitor Jorge Lau
Relações Públicas
Pós-Graduado em Gestão de Pessoas
Mestrando em Educação


Uma coisa é certa, dentro de pouco tempo não haverá sapato de deputado sem brilho na Câmara de Deputados. Há boatos de que um “importante” serviço de engraxataria está em processo de licitação. Algo que tinha sido extinto em 2003 (acredita-se). Este “precioso” e “indispensável” serviço destinado a embelezar os sapatinhos daqueles que foram eleitos para tomar decisões importantes no país, custará aos cofres públicos a quantia “irrisória” de R$ 3.135.000,00 por ano. Isto significa que mensalmente, nós cidadãos pagadores de impostos e mais impostos, vamos assistir um gasto de R$ 261.000,00 por mês ou R$ 8.700,00 por dia nos sapatos perambulantes do Congresso Nacional.

A engraxataria pleiteada ficará bem ao lado do salão de beleza existente no Edifício Central de 138.000m², aliás, outro serviço que não poderia faltar para o excelente andamento dos trabalhos, exaustivamente desenvolvidos pelos menestréis do Distrito Federal. Então, imaginemos esta turma de cabelo bem aparado, unhas bem alinhadas, cutículas super cortadinhas e reluzentes sapatos. Tudo isto para torná-los mais atraentes e fotogênicos, afinal, aparecer diante de uma câmera de TV ou na foto de algum jornal, “justifica” tal investimento. Vamos exercitar um cálculo de quantos sapatos deveriam ser engraxados em apenas um dia com a verba de R$ 8,7 mil reais diários: MAIS OU MENOS 3.600 PARES DE SAPATOS. Isto é couro que não acaba mais... É muito sapato.

E, enquanto este “carnaval institucionalizado” resplandece nas passarelas do Congresso Nacional, o Piso Nacional dos nossos, estes sim, valorosos professores continua no patamar dos R$ 1.187,00, afinal, para que pagar mais para um profissional que apenas ensina alguém a ler, a escrever, a ser crítico e forma cidadãos produtivos. Mas, não fiquemos tão chateados, temos no Congresso Nacional, um precioso membro da Comissão de Educação e Cultura, o Deputado Tiririca que recebe mensalmente “somente” R$ 26.700,00 (fora outras mordomias). Este político irá fazer um esforço descomunal para mudar esta realidade, triste realidade, diga-se de passagem, com seus sapatos bem lustrados.

sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012

A FARRA NOS MINISTÉRIOS CONTINUA



Por Heitor Jorge Lau
Relações Públicas, Pós-Graduado em Gestão de Pessoas
Mestrando em Educação

Atualmente a sociedade brasileira não sabe se: surpreende-se (novamente), fica raivosa (novamente) ou sem esperanças (novamente). Quando chega até o conhecimento da população algum tipo de “maracutáia política”, a sensação é de que este filme está sendo reprisado, apenas com roteiro diferente, outros protagonistas, em outro cenário e com outro figurino. O Ministério da Integração Nacional, do qual foram “destinadas” ao Estado de Pernambuco, 90% das verbas reservadas para amenizar os prejuízos e danos oriundos das enchentes no país “pisou na bola”. Você que está sentado aí, perplexo, deve estar questionando: mas tudo isto somente para um Estado? E o Rio de Janeiro? E Minas Gerais? Calma, para tudo há sempre uma explicação, mesmo que nem chegue perto de ser plausível. Pernambuco é nada mais, nada menos, do que a terra natal do Ministro da pasta em questão. Pronto, está explicado, não justificado! Mas isto todo brasileiro já sabe ou assistiu em algum meio de comunicação. Porém, o puxão de orelhas que a nação esperava assistir diante de situação tão expressiva vai ficar, como sempre, para outro dia. Tudo porque os Estados são considerados moeda valiosíssima para sustentação de maioria parlamentar. Não é de bom grado generalizar, mesmo porque seria injusto condenar determinados personagens políticos deste imenso território, mas, alguns precisam urgentemente assistir aulas sobre o significado dos termos política e sociedade.

Para estes vai uma singela explanação: o termo política é utilizado e estudado há séculos, porém, sua variação de sentidos não é uniforme, aliás, longe disto. A palavra política possui sua origem arraigada na Grécia antiga e vários filósofos a estudaram. Porém, foi Aristóteles, filósofo que viveu em Atenas no quarto século antes da era cristã que possibilitou um entendimento mais amplo da palavra em sua obra intitulada Política. E os gregos denominavam cidade de polis, ou seja, o local onde as pessoas conviviam. O referido filósofo dizia que o homem era por natureza um animal político, e que a individualidade não pertencia a sua condição natural de vida, ou seja, precisava da companhia de seus semelhantes. Portanto, política referencia a convivência na polis, o viver especificamente em comunidade, onde regras e objetivos sempre acabam por se entrecruzarem, de uma forma ou de outra. É interessante ressaltar que partindo dessa premissa, qualquer sociedade terá sua gênese de forma totalmente espontânea, com o objetivo principal de atender toda e qualquer necessidade de natureza humana. Ter consciência destes fatores ou fatos é ter conhecimento de que a política sempre vem ao encontro dos interesses da coletividade. Bem, se a política vai ao encontro e não de encontro aos interesses públicos, cabe a ela cuidar das decisões que afetam os problemas existentes, e isto se chama “a Arte e Ciência do Governo”. Arte porque contém ou exige constantemente a habilidade de perceber e reconhecer os cidadãos com suas necessidades básicas, com suas preferências, e até mesmo com os seus caprichos, a fim de cumprir com a tarefa mais difícil de todas: promover a unanimidade com o intuito primordial de proporcionar o bem comum. Ciência porque na contemporaneidade existem várias disciplinas que analisam comportamentos, possibilitando estabelecer, cientificamente, inúmeras regras sobre a convivência humana em sociedade e como as pessoas devem reagir a partir de cada situação. Assim, se política é “a Arte e Ciência do Governo”, então, política nada mais é do que a “Ciência do Estado”.

Desta forma, o Estado teria a obrigação plena de considerar, simultaneamente, a vida de cada cidadão pertencente a sua sociedade, e zelar cuidadosamente pelo bem estar comum. Para isto é necessário o estudo constante das decisões tomadas e aperfeiçoamento das técnicas utilizadas. O Estado, o político, ambos, precisam reconhecer que o convívio em sociedade gera e acarreta sérias conseqüências. Analisemos, então, a principal delas. O atendimento das demandas de cada individuo devem ser atendidas de forma que os interesses dos demais integrantes desta mesma sociedade não sejam esquecidos. Sendo assim, qualquer regra que objetive resolver uma questão individual ou atender um interesse pessoal, em detrimento dos assuntos dos outros não é válida ou aceitável. Claro, em se tratando de uma exceção prevista por determinada via de regra legitimada pela população, desde que não evidencie privilégio ou discriminação, poderá vir a ser aceita. Diante disto é possível afirmar que toda vez que os interesses de um cidadão ou de um grupo de cidadãos são desrespeitados, o restante da sociedade padece com alguma conseqüência. Consequentemente, os problemas provenientes desta situação são problemas políticos, porque abalam e perturbam a convivência das pessoas, colocando desta forma, a organização, suas regras e os objetivos sociais em xeque iminente. Não seria exagero afirmar que os problemas individuais de cada cidadão são, na verdade, problemas de cada pessoa da sociedade. Logo, é errado tratar de questões individuais sob uma égide particularista, desconsiderando o fato de que qualquer tomada decisória afeta direta ou indiretamente toda a coletividade. Todas as questões são políticas e por isso são questões da sociedade. E aos políticos resta a conscientização de que seus atos e decisões jamais devem ser isolados, uma vez que, soluções precisam ser encontradas em conjunto, levando-se em conta, sempre, os interesses de toda a população.

Portanto, faça chuva ou faça sol, política sempre foi e sempre será a ciência do Estado em prol da sociedade.

HÁBITOS – UM MECANISMO NEURAL E PSICOLÓGICO COMPLEXO E DIFÍCIL DE MUDAR

HÁBITO – UM MECANISMO NEURAL COMPLEXO DE MUDAR by Heitor Jorge Lau             É uma verdade quase inquestionável que, em algum moment...